terça-feira, 22 de março de 2011

Resumo - Kurt Lewin


KURT LEWIN, psicólogo alemão, nasceu em 9 de setembro de 1890 em Mogilno, Alemanha, na época, morreu em Newtonville, Massachusetts, Estados Unidos, em 12 de fevereiro de 1947.
Na Alemanha, estudou em Freiburg, Munique e Berlim, onde se doutorou em 1914, quando foi para a Primeira Guerra Mundial como oficial do Exército alemão trabalhando no Instituto Psicanalítico de Berlim. Foi para os Estados Unidos em 1933, onde se refugiou antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pois suas teorias eram incompatíveis com o Nazismo. Não voltou mais para a Alemanha.
Obras literárias
A Dynamic Theory of Personality (1935; Teoria dinâmica da personalidade)
Principles of Topological Psychology (1936; Princípios de psicologia topológica).

Trabalho nos Estados Unidos

Trabalhou nas universidades de Cornell, Stanford e Iowa, fundou o Centro de Pesquisa de Dinâmica de Grupo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, (MIT), em 1945. No Instituto fez diversos trabalhos e formou muitos profissionais no campo da psicologia e da Sociologia e fisiologia. Entre os anos de 1946 e 1953, Kurt Lewin integrou o grupo reunido sob o nome de Macy Conferences, contribuindo para a consolidação da teoria cibernética junto com outros cientistas renomados: Arturo Rosenblueth, Gregory Bateson, Heinz von Foerster, John Von Neumann, Julian Bigelow, Lawrence Kubie, Lawrence K. Frank, Leonard J. Savage, Margaret Mead, Molly Harrower, Norbert Wiener, Paul Lazarsfeld, Ralph W. Gerard, Walter Pitts, Warren McCulloch e William Ross Ashby; além de Claude Shannon, Erik Erikson e Max Delbrück.
Teoria psicológica
A teoria do campo psicológico, formulada por Lewin, afirma que as variações individuais do comportamento humano com relação à norma são condicionadas pela tensão entre as percepções que o indivíduo tem de si mesmo e pelo ambiente psicológico em que se insere, o espaço vital, onde abriu novos caminhos para o estudo dos grupos humanos. Dedicou-se às áreas de processos sociais, motivação e personalidade, aplicou os princípios da psicologia da Gestalt. Lewin desenvolveu a pesquisa-ação (Action-Research), tentando com ela dar conta de dois problemas levantados pela sociedade em sua época: os problemas sociais e a necessidade de pesquisa. Fez isso, pois nem sempre a pesquisa social pode ser levada para os laboratorios. Infelizmente, na época de hoje também, existem muitas fontes de pesquisa que não são confiáveis. Não podemos deixar de falar da teoria de três etapas (descongelamento, movimento e recongelamento) de Lewin que revolucionou a ideia de mudança em organizações.
COMPORTAMENTO HUMANO – Influência de fatores

Para o entendimento dos fatores próprios e individuais, ou seja, os fatores internos inerentes ao comportamento humano, deve-se considerar que o ser humano é um animal social; entretanto, cada sujeito possui aspectos que os tornam únicos. Existem diferenças sociais, culturais e particulares que influenciam nos padrões de comportamento, na formação da personalidade, nas aspirações, valores, aptidões, e motivações de cada um. Cada pessoa é considerada um fenômeno multidimensional. (Chiavenato, 1998).

Esta “multidimensionalidade” torna o estudo do clima organizacional ainda mais complexo, daí a necessidade de analisarmos cada um dos fatores, pois o clima é o conjunto e a inter-relação entre pessoas, que por sua vez são um novo conjunto e inter-relação de comportamentos.

A seguir, três teorias importantes para a compreensão do comportamento humano: a Teoria do Campo, de Kurt Lewin, a Teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger e o conceito de Motivação, proposto por Freud, Maslow e outros autores.


Teoria de Campo de Kurt Lewin

A teoria de Kurt Lewin, um dos primeiros psicólogos a estudarem as organizações, explica que os padrões de comportamento são decorrentes das interações e das influências que o indivíduo estabelece com o meio. Essa teoria explica como cada indivíduo sintetiza de forma diferente as vivências com o meio ao longo de sua vida; assim, cada pessoa, cada ser humano, possui uma dinâmica interna própria, portanto, interpreta e percebe as coisas, as pessoas, as situações de forma particular.

O comportamento é resultado de uma totalidade de fatos e eventos coexistentes em uma determinada situação. A inter-relação entre os fatos e eventos cria um campo dinâmico. Este campo dinâmico, ou ambiente psicológico, corresponde aos padrões organizados de comportamentos e percepções do indivíduo em relação a si e ao seu ambiente. (Chiavenato, 1998).

Algumas prerrogativas da teoria de campo de Lewin:
- O comportamento deriva da coexistência dos fatos; - Essa coexistência dos fatos criam um campo dinâmico, o que significa que o estado de qualquer parte do campo depende de todas as outras partes; - O comportamento depende do campo atual ao invés do passado ou do futuro.
O campo é a totalidade da coexistência dos fatos que são concebidos como mutualmente interdependentes. Indivíduos se comportam diferentemente de acordo com o modo em que as tensões da percepção do self e do ambiente são trabalhados. O campo psicológico ou espaço vital (lifespace, em inglês), dentro dos quais as pessoas agem precisa ser levado em conta a fim de entender o comportamento. Os indivíduos participam de uma série de espaços vitais (ex: família, escola, trabalho, igreja etc) e esses foram construídos sob a influência de inúmeros vetores de força.

O comportamento é função do campo que existe no momento em que o comportamento ocorre e é representado pela seguinte fórmula:
C = f (P,A)
em inglês estas siglas tornam-se: B = f (P,E)
A fórmula significa que o comportamento de alguém está relacionado às características pessoais da pessoa e à situação social na qual se encontra.


Teoria do Espaço Vital

Por toda carreira de 30 anos, Lewin dedicou-se a área amplamente definida da motivação humana, descrevendo o comportamento humano dentro de total contexto social e físico (Lewin, 1936, 1939). Seu conceito geral de psicologia era prático, concentrando nas questões sociais que afetam a nossa vida pessoal e profissional. Buscava humanizar as fábricas da época, de modo que o trabalho se o tornasse mais uma fonte de satisfação pessoal do que apenas uma forma de ganhar a vida.
O conhecimento a respeito da teoria de campo da física fez com que ele imaginasse que as atividades psicológicas de um individuo também ocorrem dentro de um campo psicológico, chamado Teoria do Espaço Vital - que compreende todos os acontecimentos do passado, do presente e do futuro que nos afetam. Do ponto de vista psicológico, cada um desses fatos determina algum tipo de comportamento em uma situação específica. Dessa forma, o espaço vital consiste na necessidade de as pessoas interagirem com o ambiente psicológico.
A Teoria do Espaço Vital exibe diversos graus de desenvolvimento em função da quantidade e do tipo de experiência acumulados. Como o bebê tem pouca experiência, possui poucas regiões diferenciadas no seu espaço vital. Um adulto extremamente culto e sofisticado é dotado de um espaço vital complexo e bem diferenciado, exigindo grande variedade de experiência profissional tentou criar um modelo matemático para representar esse conceito teórico de processos psicológicos. Devido ao interesse em um único indivíduo (um único caso) e não em grupos nem no desempenho médio, a análise estatística não tinha muito valor para esse fim. Ele escolheu a topologia, uma forma de geometria, para criar um diagrama do espaço vital, mostrando os objetivos possíveis de uma pessoa e os caminhos que conduziam a essas metas em qualquer momento determinado.
Dentro do mapa topológico, usado para criar o diagrama de todas as formas de comportamento e de fenômenos psicológicos, Lewin usava setas (vetores) para representar a direção do movimento do indivíduo em busca da meta. Acrescentou a noção de peso a essas opções (valências) para referir-se ao valor positivo ou negativo dos objetos, dentro do espaço vital. Os objetos atraentes ou que satisfizessem às necessidades humanas recebiam valência positiva, enquanto os ameaçadores recebiam valência negativa. Esses diagramas chegaram a ser chamados de "psicologia do quadro-negro".

Lewin postulou um estado de equilíbrio entre a pessoa e o seu ambiente. Quando esse equilíbrio é perturbado, surge uma tensão (o conceito de motivação ou necessidade de Lewin) que leva a algum movimento, numa tentativa de restaurar o equilíbrio. Ele acreditava que o comportamento humano envolve o contínuo aparecimento de tensão-locomoção-alívio. Essa sequência é semelhante à de necessidade–atividade-alívio. Sempre que uma necessidade é sentida, existe um estado de tensão, e o organismo tenta descarregá-la agindo de modo a restaurar o equilíbrio.

A primeira tentativa experimental de testar essa proposição foi feita, sob a supervisão de Lewin, por Bluma Zeigarnik, em 1927. Propôs-se aos sujeitos uma série de tarefas, permitindo-lhes completar algumas, mas interrompendo-os antes de poderem terminar outras. Lewin previra que um sistema de tensão se desenvolve quando se propõe a sujeitos uma tarefa a realizar; quando a tarefa e completada, a tensão se dissipa; e quando a tarefa não é completada, a persistência da tensão resulta numa maior probabilidade de que a tarefa seja recordada. Os resultados de Zeigarnik confirmaram as previsões. Os sujeitos se recordaram mais das tarefas interrompidas do que as terminadas. Muitas pesquisas subsequentes foram feitas sobre o que hoje é conhecido como o efeito de Zeigarnik.

A característica notável da psicologia social de Lewin é a dinâmica de grupo, a aplicação de conceitos relativos ao comportamento individual e grupos. Assim como o indivíduo e seu ambiente formam um campo psicológico, assim também o grupo e o seu ambiente compõem um campo social. Os comportamentos sociais ocorrem no interior de entidades sociais simultaneamente existentes como subgrupos, membros do grupo, barreiras e canais de comunicação, e delas resultam. Assim, o comportamento do grupo é uma função do campo total existente em qualquer momento dado.

Além disso, Lewin acentuou a importância da pesquisa de ação social, o estudo de problemas sociais relevantes voltados para a introdução de mudanças. Ele se preocupava com os conflitos raciais e fez estudos comunitários sobre os efeitos da habitação integrada sobre o preconceito, sobre a equalização de oportunidades de emprego e sobre o desenvolvimento e a prevenção do preconceito em crianças. Sua pesquisa de ação social transformou problemas como a discriminação e o preconceito em estudos controlados, aplicando o rigor da abordagem experimental sem a artificialidade e a esterilidade do laboratório acadêmico.



BIBLIOGRAFIA


SCHULTZ, Duane P., SCHULTZ, Sydney Ellen – História da Psicologia Moderna, Ed. Cultrix, 2000, São Paulo – SP.

INTERNET

http://www.administracaoegestao.com.br/pesquisa-de-clima-organizacional/a-teoria-de-campo-de-kurt-lewin/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Kurt_Lewin

http://www.administracaoegestao.com.br/pesquisa-de-clima-organizacional/a-influencia-de-fatores-inerentes-ao-comportamento-humano/

2 comentários:

  1. Se Kurt Lewin morreu em 1947, não poderia estar entre os participantes da Macy Conferences, entre os anos de 1946 e 1953.

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