sexta-feira, 25 de março de 2011

Resumo - Psiquiatria 1900- 1929 Uma era de expansão

Ao final do século XX, podemos começar a ver as tendências na psiquiatria que eram menos evidentes há uma geração ou mais atrás. Um ponto importante é que a idade da pessoa que observa aquelas tendências influencia a forma de como elas são avaliadas.
Em 1903, Alfred Binet (1857-1911) publicou um importante estudo sobre inteligência na França. A inteligência podia agora ser avaliada com maior precisão e expressividade do que era possível na época de Galton.
A psiquiatria descritiva teve como figura chave o aluno Pierre Janet (1851 – 1947), que mais tarde tornou-se um dos fundadores da psiquiatria dinâmica francesa. Desenvolveu um livro sobre neuroses e idéias fixes, outro sobre obsessões e neurastenia, e mais tarde foram publicados sobre histeria, mania religiosa e personalidade. Em comparação a Freud, Janet estava menos interessado no conteúdo das memórias mais remotas da infância de seus pacientes e mais focalizado em seus padrões de pensamentos presentes.
Freud publicou sua obra referencial em 1905, a qual se chamava Três Ensaios sobre Sexualidade, onde discutia o relacionamento inverso, como ele via, entre neuroses e perversões. Identificava fases de sexualidade máxima no início da vida.
Na teoria da ansiedade de Freud durante seu primeiro período de psicanálise, ele admitia a existência de “energia” neural que dava força aos instintos (incluindo sexual), de modo que, se houvesse frustração sexual (como libido), essa energia, sem ter um escape normal, manifestar-se-ia como ansiedade.
A psicorreflexologia desenvolvida por Vladimir Bechterev (1857-1927) sustentava os conceitos de Shécenov, particularmente a visão de que o cérebro era um centro de reflexo inibitório fazendo a mediação entre impressões sensoriais que entram no cérebro e respostas motoras que provêm do cérebro. Após ter examinado Stalin, concluindo que o líder era realmente paranóide, Bechterev foi imediatamente executado.
Em 1908, Clifford Beers, um ex paciente mental americano, escreveu um livro descrevendo sua psicose, hospitalização e recuperação. Ele prosseguiu dando conferências sobre a necessidade de reforma nas instituições mentais. Beers foi fundamental na realização de mudanças positivas e na melhoria das condições de outros pacientes mentalmente doentes.
No ano de 1911, Freud cortou relações com Adler e Jung. Freud atribuía maior importância ao desenvolvimento sexual infantil; Adler ao ambiente social. Quanto a Jung, ele tinha começado a “irritar-se com a autoridade de Freud”. A preocupação germinal de Jung era temas místicos de um “inconsciente coletivo” ou de mentes masculinas (animus) e femininas (anima) em cada um de nós não teria atraído a forma de pensar de Freud, que era alheio a explicações poéticas/religiosas daquele tipo.
Ao contrário de Adler e Jung, Karl Abraham (1877-1925) permaneceu leal a Freud e estimado por ele até o final de sua curta vida.
Em seu ensaio de 1914, sobre narcisismo, Freud introduziu o conceito de um “ideal do ego” precursor de seu conceito de “superego” enunciado em 1923. Anteriormente, Freud tinha expressado a crença de que pacientes esquizofrênicos estavam tão presos a seu “amor-próprio” a ponto de serem incapazes de se apegar aos outros ou experimentar uma transferência com o analista.
Em Uma Criança é Espancada, Freud examinou a fantasia comum a certas classes de pacientes, de ser punido por alguma má ação. A fantasia é de dor e prazer misturados e parece estar por baixo de certas perversões sexuais, incluindo masoquismo. Masoquismo leva esse nome pelos escritos de Conde Leopold Von Sacher Masoch (1836-1895), que descreveu sua própria auto-humilhação perante uma arrogante senhora em Venus in Furs. Aparentemente o Conde tinha sido maltratado sem misericórdia em sua infância por seu pai, o que estabeleceu um padrão que ele (e pessoas como ele) inconscientemente buscavam viver em sua vidas adultas.
Na América, a psicanálise tornou-se um ramo popular da psiquiatria.
O manual de psiquiatria de Emil Kraepelin passou por várias edições, muitas das quais publicadas nessa segunda década. Kraepelin usava o termo psicopata para designar transtornos mentais em geral embora entre eles ele tenha descrito diversas variedades de comportamento anti-social semelhante ao nosso uso moderno do termo.
O americano John Watson (1878-1958) estabeleceu o campo do behaviorismo em 1913, baseado em suas experiências com animais. O behaviorismo de Watson enfatizava o observável em oposição ao inconsciente. Ele incutia respostas condicionadas em bebês provando que as fobias surgiam por condicionamentos no início da vida e podiam ser tratadas por dessensibilização.
O médico suíço August Forel escreveu sobre o assunto da sexualidade feminina, incluindo temas populares como femme fatale e o flerte, tratou também de temas gerais de sadismo, masoquismo, exibicionismo, fetichismo e homossexualidade em homens e em mulheres.
Os interesses de Eugen Bleuler (1857-1939) eram bastante diferentes. Trabalhou intensivamente com pacientes psicóticos visitando-os cindo e seis vezes por semana. Para ele o termo esquizofrenia é uma divergência entre pensamento e afeto.
Wagner Jauregg (1857-1940) introduziu a terapia da febre, transmitindo intencionalmente malária aos seus pacientes parésicos. Essa medida baseava-se na observação de que pacientes sifilíticos que subseqüentemente pegavam infecções (febris) de um ou outro tipo pareciam melhorar. Jauregg é, portanto uma das três pessoas que deram contribuições ao campo da saúde mental.
O interesse em possíveis inter-relações entre mente e corpo foi expressado no trabalho de Ernst Kretschmer (1888-1964), que acreditava que as grandes psicoses estavam associadas com certas conformações corporais. Em sua monografia de 1922, ele descrevia maníaco-depressivas como tendo uma psique pícnica (isto é, tendendo ao excesso de peso), e esquizofrênicos como sendo “leptossomos” (isto é, pessoas magras); epiléticos eram supostamente carnudos ou musculares.
1920-1929
Psicanálise
Sandor Ferenczi – médico- acabou indo longe demais em seus atendimentos, procurava compensar o passado sem afeto de seus pacientes permitindo que sentassem em seu colo (desde esse episódio tais práticas são consideradas inadequadas), Freud criticava essa postura.
Wilhelm Reich- uma das figuras mais problemática na história da psicanálise. Foi educado por perceptores, um deles teve caso com a sua mãe e quando ele tinha 14 anos revelou a seu pai. Sua mãe cometeu suicídio e após 3 anos seu pai se expos a frio em uma tentativa de suicídio e morreu logo em seguida de pneumonia tuberculosa.
Era médico e por um tempo se tornou discípulo mais promissor de Freud. Em 1929 começou a liderar um seminário sobre técnica analítica, completou a primeira parte da análise do caráter. Reich tinha uma influência enorme, mais quanto estava no auge no final desta década ( 1920) procurou Freud para fazer análise pessoal mais foi recusado. Ele se mudou, desenvolveu tuberculose e foi se afastando da teoria padrão. Em 1934 ele foi expulso da sociedade psicanalítica. Foi encarcerado e como fez o seu pai se expos a intempéries e morreu de pneumonia em 1957.
Psiquiatria geral: Psicoterapia de grupos
Adolf Meyer – propôs uma visão psicobiológica na qual todos os dados são relevantes (biológicos e psicológicos).
Propôs uma reação a uma a combinação de influências negativa dos avanços na teoria de grupos (1920). Observou que muitos pacientes ocultavam material relevante na consulta de individual, mas falavam quando em grupo.
Jacob Levi Moreno – ele introduziu o psicodrama nos EUA, através do teatro era liberado as emoções sendo uma forma também de liberação de conflitos.
Morton Prince - mais lembrado pelo seu relato detalhado de Sally Beauchamp ( caso de personalidade múltipla ).
Psiquiatria hospitalar: Tratamento de pacientes psicóticos
Ladislaw Von Meduna – traz de volta a terapia de choque. Começou em 1920 e publicou em 1937 os resultados.
Ugo Cerletti – colaborou com L.Bini no uso do eletrochoque e aplicaram com sucesso em um paciente esquizofrênico pela primeira vez em 1938.
Gustav Bychowski – um dos maiores expoentes na aplicação do método psicanalítico no tratamento de esquizofrenia.
Leland Hinsie – achava que era necessário uma mistura de medidas terapêuticas, incluindo reeducação e remoção de um ambiente estressante.

Psiquiatria Biológica e Genética:
H. Luxenburger – Primeiro estudos em gêmeos relacionando hereditariedade com esquizofrenia. Suas estatísticas nos levam a pensar mais em herança dominante do que recessivo.

Psiquiatria de Crianças e Adolescentes:
August Aichhorn – conhecido por seu sensível tratamento aos jovens difíceis ou delinqüentes. Foi diretor de reformatórios. E reabilitava crianças delinqüentes através de afeto e compreensão, criando um novo ideal de ego onde eles desejassem tentar igualar. Essa forma de trabalhar teve muito sucesso.

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